Querem saber o que vi? Não queiram. Não é horrível. Antes fosse. Antes fosse a visão mais horripilante que eu já vi e fosse ver, quem me dera que fosse. Eu queria que fosse um monstro com dois metros e meio de altura, tão horripilante como tu o imaginas, com esse olhar que te faz querer morrer, e ainda achar que é pouco. Mas não foi isso que vi. O que a raiva me mostrou foram todos os meus sonhos tornarem-se realidade, eu a ser a pessoa que sempre quis ser, com todas as riquezas (físicas ou não) que sempre quis ter. E aí, abri os olhos pela primeira vez, aí eu respirei pela primeira vez, aí eu nasci.
Esta é a alvorada pela qual eu esperava! A alvorada negra de tão dourada que é, a alvorada que me cegou, tal como se eu estivesse num acesso da raiva mais pura, mais doce e mais saborosa que tu possas imaginar. Ah que bom que é sentir esse sabor nos meus dentes, e sentir o meus dentes aguçarem-se para poder decapitar mentes sãs (numa tentativa de me tornar são).
E agora fujam, escondam-se (ou tentem), corram, implorem,ofereçam! Não o façam porque voltei, mas façam-no porque nasci!