terça-feira, 24 de maio de 2011

A Glorificação da Raiva.

Senhores, contemplai! A fabulosa, a magnífica, a gloriosa, a majestosa RAIVA! Sim, essa que vos faz tremer por fora e ainda mais por dentro! Sim, essa que vos turva a visão e vos cega, fazendo com que não vejam quem querem estripar, mesmo que essa pessoa sejas tu. Sim, agora falo só para ti, ó Raiva gloriosa, que me mostraste o outro lado de mim, aquele lado sedento de sangue mental, com vontade de quebrar crânios psicológicos com as minhas próprias mãos. Casa-te comigo Raiva, que foste tu que me mostraste o lado negro da minha lua, aquele que toda a gente diz que é igual ao lado iluminado, mas todos sabem que não. Todos sabem o que lá vive mas ninguém quer dizer, todos têm medo de denunciar algo sem querer. E eu, graças à minha linda e querida noiva, fui lá e vi. Eu vi. Eu. Vi. Vi com este dois olhos, que a terra há-de comer, e vi também com os olhos da minha alma, esses que não se sabe se os come a terra, ou o ar, ou se chegam a ser comidos sequer.
Querem saber o que vi? Não queiram. Não é horrível. Antes fosse. Antes fosse a visão mais horripilante que eu já vi e fosse ver, quem me dera que fosse. Eu queria que fosse um monstro com dois metros e meio de altura, tão horripilante como tu o imaginas, com esse olhar que te faz querer morrer, e ainda achar que é pouco. Mas não foi isso que vi. O que a raiva me mostrou foram todos os meus sonhos tornarem-se realidade, eu a ser a pessoa que sempre quis ser, com todas as riquezas (físicas ou não) que sempre quis ter. E aí, abri os olhos pela primeira vez, aí eu respirei pela primeira vez, aí eu nasci.
Esta é a alvorada pela qual eu esperava! A alvorada negra de tão dourada que é, a alvorada que me cegou, tal como se eu estivesse num acesso da raiva mais pura, mais doce e mais saborosa que tu possas imaginar. Ah que bom que é sentir esse sabor nos meus dentes, e sentir o meus dentes aguçarem-se para poder decapitar mentes sãs (numa tentativa de me tornar são).
E agora fujam, escondam-se (ou tentem), corram, implorem,ofereçam! Não o façam porque voltei, mas façam-no porque nasci!