segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

P.O.

As canetas são obsoletas.
Os papéis são só papeis.
Adoro escrever.
Minto.
Odeio escrever.

Os papéis e os formatos digitais não são nada,
Eu gosto é de pensar.
Eu gosto de sentir.

A literatura não é nada.
A música não é nada.
A dança não é nada.
O teatro não é nada.
O cinema não é nada.

Porque todos não são nada.

São tudo.



Que é nada.
Comparado à arte que faço.

A arte de sentir,
A arte de ser.
A arte de te sentir,
E de te ser.

Tecer tapeçarias dos nossos momentos, feitas com os nossos cabelos.
Tirarmos planos amercianos dos nossos beijos
E teicocospias dos nossos abraços,
E dos teus olhos que brilham
Como diamantes.
Apanham-me em fogos cruzados
Entre o pensamento e o sentimento
E o pensamento quer ganhar
Mas o sentimento luta com força.
Mas não interessa se jogaste bem.
Interessa os golos que marcaste.
Não interessa se estavas a dois centímetros dele.
Interessa que perdeste a corrida.

E o pensamento age,
E o sentimento pensa

E fico anti-natureza.
Sinto-me uma besta,
Uma aberração!
O Polifemo,
Burro e cego,
Mas poderoso,
O Adamastor.
Doente de apaixonado,
Mas respeitado.

E sei que poder e respeito
É o que os génios mais têm.
E como já me são concedidos através das minhas legítimas comparações,
Sei que vou ser um génio.
Sei que sou um génio.
Só preciso de arranjar uma desculpa para o dizer.




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